O Rio Doce, um dos principais cursos d’água do Espírito Santo, enfrenta uma das piores estiagens dos últimos anos. Em Colatina, o cenário é alarmante: o nível do rio está extremamente baixo, revelando extensos bancos de areia que antes ficavam completamente submersos.
Segundo especialistas e gestores locais, o quadro resulta de uma combinação preocupante de fatores — chuvas abaixo da média, desmatamento, assoreamento, perda de nascentes e intervenções humanas ao longo da bacia.
A vazão atual em determinados trechos chegou a valores inferiores a 120 m³/s, muito abaixo do que é considerado o mínimo seguro. Em medições antigas, houve registros de níveis críticos de apenas 3 centímetros, evidenciando a fragilidade do sistema hídrico.
Mesmo diante da situação grave, as autoridades garantem que o abastecimento de água em Colatina segue controlado, embora as estruturas de captação já tenham sido reposicionadas diversas vezes para alcançar pontos mais profundos do leito.
Especialistas reforçam a necessidade urgente de ações de recuperação ambiental, proteção de nascentes e uso racional da água, para evitar o agravamento da crise nos próximos meses.
O Rio Doce, símbolo de resistência após o desastre de 2015, volta a pedir socorro.