Há suspeitas de que outros advogados regularizados possam ter recebido comissões para indicar o falso profissional
Um homem de 24 anos foi preso nesta terça-feira (2) suspeito de atuar como falso advogado em Guaçuí, no Caparaó Capixaba. De acordo com as informações divulgadas, ao menos 10 pessoas foram vítimas, com um prejuízo que ultrapassa R$ 5 mil.
As investigações apontam que o suspeito chegou a cursar faculdade de Direito, mas não concluiu o curso. Mesmo assim, ele se apresentava como advogado, utilizando um número de inscrição na OAB que não existia. Com a identidade forjada, oferecia serviços de defesa em questões cíveis, trabalhistas e infrações de trânsito, cobrando honorários como se exercesse legitimamente a profissão.
Segundo a OAB de Guaçuí, o homem ainda confeccionava procurações em que se identificava como advogado e chegou ao ponto de alterar o teor de decisões judiciais autênticas, inserindo nomes das vítimas nos documentos para simular andamento processual favorável. Ele também fez convites falsos para uma suposta cerimônia de entrega da carteira da OAB, falsificando assinaturas do presidente e da vice-presidente da subseção.

O suspeito mantinha um escritório no Centro de Guaçuí, onde atendia as vítimas. O espaço reforçava a falsa credibilidade, fazendo com que as pessoas acreditassem estar diante de um profissional legítimo.
“Quando alguém sem qualquer habilitação legal, se traveste de advogado para enganar pessoas simples, vulneráveis e de boa-fé não ataca apenas as vítimas diretas: ataca toda a sociedade e desrespeita o sistema de justiça. Por isso, nossa reação precisa ser firme, rápida e exemplar”, destaca Luiz Bernard Sardenberg Moulin, presidente da subseção da OAB-ES.
O presidente afirma ainda que o caso pode ser maior do que o identificado até agora. Há suspeitas de que outros advogados regularizados possam ter recebido comissões para indicar o falso profissional, integrando o esquema.
Polícia apreendeu documentos
Durante a operação da Polícia Civil, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva expedidos pela Vara de Alegre.
Foram apreendidas 30 procurações com informações falsas, além de diversas cópias de documentos em nome de supostos clientes, um RG original e notas promissórias que seriam pagas por uma das vítimas até março de 2026. Para a OAB de Guaçuí, a quantidade de procurações falsas reforça a possibilidade de que o número de vítimas seja ainda maior.
A OAB-ES orienta a população a sempre consultar o cadastro oficial de advogados no site da Ordem antes de contratar serviços advocatícios.

